O projeto

O que é o projeto

Dentre os maiores desafios da recuperação pós-desastre e pós-conflito está a (re)construção habitacional rápida, adequada e com o envolvimento da população. Muitas vezes os moradores dos locais atingidos têm vontade de participar e acompanhar o processo de reconstrução, porém a falta de orientação e atenção necessárias dificultam a realização dessa tarefa.

O Projeto “SHS - SOLUÇÃO HABITACIONAL SIMPLES: RECONSTRUINDO APÓS DESASTRES E CONFLITOS” é uma iniciativa de cunho acadêmico e foi organizado na forma de um curso que visa apresentar conhecimentos com potencial de facilitar o processo de (re)construção em situações de desastres e conflitos. Foi concebido com a filosofia de reunir conhecimentos básicos que podem ser úteis na (re)construção de unidades habitacionais e equipamentos coletivos básicos (escolas, postos de saúde), em regime de mutirão (construção comunitária), a partir do emprego de tecnologias de baixo custo.

A modalidade de construção do empreendimento em regime de mutirão foi escolhida para dar maior autonomia às populações atingidas. Para aqueles que não acreditam no regime de mutirão, os dados apontam o contrário. Da população desabrigada pesquisada no megadesastre de 2011 da Região Serrana do Rio de Janeiro (Di Gregorio, 2013), o índice de adesão à proposta foi de 90%, mesmo com a promessa da construção de residências pelo Programa Minha Casa Minha Vida oferecido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Outra pesquisa realizada por Alerte (2017) apontou um índice de aceitação de 100% do sistema de mutirão em comunidade afetada por desastres no Haiti. A ideia é contribuir para que comunidades vítimas de desastres e conflitos possam se organizar melhor pela sua própria recuperação, contando com a orientação e supervisão de assistentes técnicos habilitados (engenheiros e/ou arquitetos a serem contratados pela própria comunidade, poder público ou ONGs, para estes fins, sem qualquer vinculação ou ingerência dos idealizadores do projeto).

Os usuários mais diretos do Projeto SHS são, portanto, os assistentes técnicos, que possuem a opção de utilizar gratuitamente o conteúdo do projeto em apoio a seu trabalho junto às comunidades afetadas. O material disponibilizado também pode ser empregado em pesquisas e estudos acadêmicos por parte de estudantes, professores e técnicos interessados nos temas abordados, visando seu aprimoramento, desde que citada a fonte.

O material didático do Projeto SHS é composto por slides, vídeo-aulas, planilhas memoriais e desenhos relacionados à construção de casas populares de baixo custo, organização de mutirões habitacionais e administração da obra. Ressalta-se, no entanto, que o material didático do Projeto SHS não foi desenvolvido para ser aplicado de forma automática em nenhuma situação real específica, de modo que seus usuários devem avaliar sua aplicabilidade caso a caso e se responsabilizar por sua utilização, independentemente das circunstâncias.

Como o conteúdo do projeto não é conclusivo, mas sim propositivo e está em permanente evolução, a equipe idealizadora do Projeto SHS solicita aos possíveis usuários do projeto que relatem no menu Conte sua Experiência as vivências sobre sua utilização, de modo que seja possível o aprimoramento contínuo do material.

Histórico

A motivação para o Projeto SHS – Solução Habitacional Simples inicia no ano de 2004, quando ocorreu o desastre do tsunami que devastou o sul da Ásia, matando mais de 285mil pessoas. Nesta ocasião, percebeu-se a necessidade de um sistema estruturado que facilitasse a organização básica do caos instalado e ao menos a reconstrução de residências populares, com recursos mínimos, em situações de desastres. Infelizmente, tal cenário repetiu-se em diversas outras situações, destacando-se em 2010 o desastre do Haiti que, segundo o primeiro-ministro deste país, Jean-Max Bellerive, contou com mais de 316 mil mortos. Para agravar o quadro, os impactos e os efeitos danosos de longo prazo sobre a população revelam-se proporcionais à vulnerabilidade da mesma, ou seja, os mais pobres são atingidos de forma mais aguda e mais prolongada. No Brasil, merecem destaque os recentes desastres do Vale do Itajaí no Estado de Santa Catarina, em 2008, com 135 mortes e da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro, em 2011, com mais de 900 mortes.

O Projeto SHS – Solução Habitacional Simples consiste em uma proposta de metodologia para (re)construção de residências e outras edificações de pequeno porte, em sistema de mutirão, buscando de forma a otimizar os recursos disponíveis, direcionar os esforços de mão de obra, e contribuir para a organização do caos instalado durante o desastre, em situações de pós-conflito ou no caso de relocação de populações de áreas de risco. O curso “SOLUÇÃO HABITACIONAL SIMPLES (SHS): RECONSTRUINDO APÓS DESASTRES E CONFLITOS” é um desdobramento do projeto de inovação tecnológica “SOLUÇÃO HABITACIONAL SIMPLES”, desenvolvido ao longo dos anos de 2010 a 2012 (primeira fase do projeto) por uma equipe coordenada pelo Professor Leandro Torres Di Gregorio. Nessa fase foram desenvolvidos projetos de arquitetura e engenharia de cinco modelos de residência, seis módulos escolares e dois módulos de postos de saúde, além de manuais e planilhas para cadastramento dos atingidos, administração de mutirões, administração da obra, fabricação de tijolos de solo cimento, incluindo a parte de ensaios laboratoriais. Os recursos para essa fase do projeto foram provenientes da FAPERJ, da microempresa Interpro Gerência de Projetos Ltda (extinta em 2016) e do próprio professor.

Em 2017, o projeto foi retomado (segunda fase) com o objetivo de adaptar e complementar o material da fase 1, de modo que pudesse ser mais facilmente compreendido por seus usuários, utilizando recursos como slides, animações e videoaulas. A forma encontrada para a realização desses objetivos foi a criação de uma ação de extensão oferecida pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nessa ação de extensão foi desenvolvido / aprimorado o material didático para aplicação do Projeto SHS, o qual foi traduzido em três idiomas (inglês, francês e espanhol) e disponibilizado gratuitamente por meio do website do projeto. O material desenvolvido até então foi apresentado pela primeira vez durante um curso presencial oferecido a Haitianos que residiam no Rio de Janeiro e possuíam a intenção de retornar ao Haiti para trabalhar na reconstrução do país.

Diferenciais do Projeto SHS
  • Foi concebido para facilitar soluções habitacionais em situações críticas onde os recursos sejam escassos, utilizando mão de obra em regime de mutirão;
  • Propõe tecnologias construtivas de fácil manipulação e que, juntas com sistema de mutirão, proporcionam considerável redução dos custos de construção (estimada em 40% a menos);
  • Favorece a integração das pessoas afetadas e proporciona maior autonomia a estas populações na solução da própria questão habitacional;
  • Propõe projetos básicos modulares de casas, escolas e postos de saúde , com variedade de tipologia de arquitetura e de tecnologias construtivas, que podem ser adaptados por profissionais habilitados (Engenheiros e Arquitetos) para situações reais;
  • Sugere a organização da construção de casas em linhas de produção, a partir de grupos de trabalho com tarefas bem definidas, baseado em conceitos de Construção Enxuta (Lean Construction);
  • Propõe planilhas e formulários para controle da obra;
  • Sugere recomendações de como fabricar os materiais que compõem as alvenarias, quando essas são constituídas por blocos / tijolos modulares;
  • Permite trabalhar com planilhas simples, programadas em Excel, de forma compatível com computadores que tenham pacote MS-OFFICE 2010 instalado.
  • Público alvo e composição do Projeto SHS
  • Técnicos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, na qualidade de gestores do processo de assistência às populações afetadas por desastres, incentivando e liderando a iniciativa de provisão habitacional;
  • Técnicos do poder público federal, estadual ou municipal, como atores co-responsáveis na prevenção, mitigação, resposta e recuperação em situações de desastres socionaturais ou pós-conflito;
  • Organizações sem fins lucrativos, nacionais ou internacionais, comprometidas com o processo de (re) construção em situações de desastres e/ou realocação de populações de baixa renda de áreas de risco;
  • Os próprios atingidos, na forma de uma organização comunitária com apoio de assistentes técnicos habilitados (Engenheiros e/ou Arquitetos);
  • As Forças Armadas, em âmbito nacional ou internacional, a título de ajuda humanitária;
  • A ONU – Organização das Nações Unidas, através de seus programas;
  • Universidades, institutos de pesquisa, estudantes e pesquisadores, desde que de forma não lucrativa;
  • Equipes de assistência técnica e empreendedores sociais, em situações relacionadas a desastres socionaturais, situações pós-conflito ou realocação de populações de áreas de risco.
  • Limitações do Projeto SHS

    O material disponibilizado do site do Projeto SHS é de cunho acadêmico e não tem por objetivo a obtenção de lucro. Nele são fornecidas orientações e recomendações sobre diversos assuntos, sem o objetivo de estabelecer regras garantidoras do desempenho dos sistemas abordados.

    O material didático do Projeto SHS não foi desenvolvido para ser aplicado de forma automática em nenhuma situação real específica, de modo que seus usuários devem avaliar sua aplicabilidade caso a caso e se responsabilizar por sua utilização, independentemente das circunstâncias. Caso se opte pela utilização do material do Projeto SHS, o mesmo deve previamente analisado criticamente, conferido detalhadamente, revisado e eventualmente adaptado por seus usuários. Críticas ou sugestões serão bem vindas e devem ser encaminhadas pelo site do projeto.

    Para todos os fins e efeitos, qualquer implementação prática que utilize de alguma forma o material do Projeto SHS é de total responsabilidade dos usuários, inclusive em relação à obra e aos projetos de engenharia e arquitetura. Dessa forma, não é permitida a utilização do material do Projeto SHS para fins de implementação prática diretamente por pessoas leigas, ainda que realizadas adaptações, sendo necessário apoio de assistentes técnicos habilitados (Engenheiros e/ou Arquitetos).

    O material do Projeto SHS não foi pensado para todas as situações de (re)construção após desastres e conflitos. A reconstrução após desastres, por exemplo, deve ser realizada de modo que as novas habitações sejam mais resistentes às ameaças naturais que incidem numa dada região ou ainda que as novas residências sejam construídas em locais de baixo risco a essas ameaças. Assim, as edificações propostas no Projeto SHS não necessariamente contemplam tecnologias resistentes às ameaças naturais, mas foram pensadas para serem construídas em locais de baixo risco. Em todo caso, buscou-se delimitar os critérios de sua concepção no material didático. A identificação de locais de baixo risco, no entanto, deve ser realizada com o apoio de técnicos especializados.

    O conteúdo do Projeto SHS não é conclusivo, mas sim propositivo e está em permanente evolução. Algumas propostas do projeto são de natureza acadêmica e necessitam de comprovação experimental por meio de aplicações práticas, de modo que não há garantia de sua eficiência / eficácia como um todo. A equipe idealizadora do Projeto SHS solicita aos possíveis usuários do projeto que relatem no menu Conte sua Experiência as vivências sobre sua utilização, de modo que seja possível o aprimoramento contínuo do material.

    Termos de uso e responsabilidade do usuário do Projeto SHS

    TERMO DE USO E RESPONSABILIDADE DO USUÁRIO DO PROJETO SHS

    Por meio deste instrumento, o usuário do Projeto Solução Habitacional Simples (Projeto SHS) declara que possui conhecimento e aceita os seguintes itens e as seguintes cláusulas e condições:

    1. O Projeto SHS é uma iniciativa de cunho acadêmico e foi organizado na forma de um curso que visa apresentar conhecimentos com potencial de facilitar o processo de (re)construção em situações de desastres e conflitos. A ideia é contribuir para que comunidades vítimas de desastres e conflitos possam se organizar melhor pela sua própria recuperação, contando com a orientação e supervisão de assistentes técnicos habilitados (engenheiros e/ou arquitetos a serem contratados pela própria comunidade, poder público ou ONGs, para estes fins, sem qualquer vinculação ou ingerência dos idealizadores do Projeto).

    2. O público-alvo do Projeto SHS é composto de:
    a. Técnicos do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, na qualidade de gestores do processo de assistência às populações afetadas por desastres, incentivando e liderando a iniciativa de provisão habitacional;
    b. Técnicos do poder público federal, estadual ou municipal, como atores corresponsáveis na prevenção, mitigação, resposta e recuperação em situações de desastres socionaturais ou pós-conflito;
    c. Organizações sem fins lucrativos, nacionais ou internacionais, comprometidas com o processo de (re) construção em situações de desastres e/ou realocação de populações de baixa renda de áreas de risco;
    d. Os próprios atingidos, na forma de uma organização comunitária com apoio de assistentes técnicos habilitados (Engenheiros e/ou Arquitetos);
    e. As Forças Armadas, em âmbito nacional ou internacional, a título de ajuda humanitária;
    f. A ONU – Organização das Nações Unidas, através de seus programas;
    g. Universidades, institutos de pesquisa, estudantes e pesquisadores, desde que de forma não lucrativa;
    h. Equipes de assistência técnica e empreendedores sociais, em situações relacionadas a desastres socionaturais, situações pós-conflito ou realocação de populações de áreas de risco.

    3. O público-alvo mais direto do Projeto SHS é, portanto, o assistente técnico, que possui a opção de utilizar gratuitamente o conteúdo do projeto em apoio a seu trabalho junto às comunidades afetadas. O material didático disponibilizado pelo Projeto SHS também pode ser empregado em pesquisas e estudos acadêmicos por parte de estudantes, professores e técnicos interessados nos temas abordados, visando seu aprimoramento, desde que citada a fonte.

    4. O material didático disponibilizado pelo Projeto SHS é de cunho acadêmico e não tem por objetivo a obtenção de lucro. Nele são fornecidas orientações e recomendações sobre diversos assuntos, sem o objetivo de estabelecer regras garantidoras do desempenho e resultados dos sistemas abordados.

    5. O material didático do Projeto SHS não foi desenvolvido para ser aplicado de forma automática em nenhuma situação real específica, de modo que o público-alvo deve avaliar sua aplicabilidade caso a caso e se responsabilizar por sua utilização, independentemente das circunstâncias. Caso se opte pela utilização do material didático do Projeto SHS, o mesmo deve previamente ser analisado criticamente, conferido detalhadamente, revisado e eventualmente adaptado pelos implementadores.

    6. O material didático do Projeto SHS foi idealizado com base em normas técnicas e boas práticas de engenharia e arquitetura existentes na época em que foi concebido, assim como em estudos teóricos e experimentais. No entanto, essas normas, práticas e estudos estão em permanente evolução e não são universais, de modo que os usuários devem buscar o conhecimento mais avançado em cada localidade, no momento da utilização do material.

    7. Para todos os fins e efeitos, qualquer implementação prática que utilize de alguma forma (qualquer forma) o material didático do Projeto SHS é de única e total responsabilidade dos implementadores, inclusive em relação à obra (construção) e aos projetos de engenharia e arquitetura. Dessa maneira, não é permitida a utilização do material didático do Projeto SHS para fins de implementação prática diretamente por pessoas leigas, ainda que realizadas adaptações, sendo imprescindível o apoio de assistentes técnicos habilitados (Engenheiros e/ou Arquitetos).

    8. O Projeto SHS ou seus idealizadores, em nenhuma hipótese, poderão ser responsáveis ou corresponsáveis pela utilização indevida das informações disponibilizadas no site, incluindo material didático, bem como sua implementação realizada em qualquer circunstância.

    9. O material didático do Projeto SHS não foi pensado para todas as situações de (re)construção após desastres e conflitos. A reconstrução após desastres, por exemplo, deve ser realizada de modo que as novas habitações sejam mais resistentes às ameaças naturais que incidem numa dada região e/ou que as novas residências sejam construídas em locais de baixo risco a essas ameaças. Entretanto, as edificações propostas no Projeto SHS não necessariamente contemplam tecnologias resistentes às ameaças naturais, mas foram pensadas para serem construídas em locais de baixo risco. Em todo caso, buscou-se delimitar os critérios de sua concepção no material didático. A identificação de locais de baixo risco deve ser realizada com o apoio de técnicos especializados e esse conteúdo não é abordado no Projeto SHS.

    10. O conteúdo do Projeto SHS não é conclusivo, mas sim propositivo e está em permanente evolução. As propostas do projeto são de natureza acadêmica e necessitam de comprovação experimental por meio de aplicações práticas, de modo que não há garantia de sua eficiência / eficácia como um todo. A equipe idealizadora do Projeto SHS solicita aos possíveis usuários do projeto que relatem no menu Conte sua Experiência as vivências sobre sua utilização, de modo que seja possível o aprimoramento contínuo do material.

    11. Os usuários do Projeto SHS se comprometem a zelar pelo bom uso do material didático do projeto e não estão autorizados a repassa-lo ou disponibiliza-lo para terceiros, por qualquer meio. Esse material didático deve ser obtido de forma direta pelos interessados, exclusivamente por meio do registro no site do projeto. As senhas de acesso dos usuários ao site do projeto são pessoais e intransferíveis, sendo proibida sua divulgação a terceiros.

    A transmissão ou disponibilização do conteúdo desse site de forma não autorizada ou com adulteração de conteúdo impingirá ao autor da infração as penalidades previstas em Lei, especialmente a Lei 9.610/98, sem excluir as demais penalidades cíveis ou criminais advindas da prática de tal ato.


    12. Os usuários do Projeto SHS são os únicos responsáveis pela veracidade e completude das informações declaradas nos formulários de cadastro ou comunicação do projeto. Não há obrigatoriedade de verificação dessas informações pela equipe do projeto.

    13. Muita técnica e zelo foram dedicados pela equipe do Projeto SHS na elaboração desse trabalho. Entretanto, pode haver necessidade de correções e ajustes no material didático do projeto, especialmente em questões que envolvam diferenças de terminologias, conceitos e expressões entre idiomas diferentes do Português do Brasil. Mesmo no Brasil, é possível que haja variações linguísticas regionais que podem afetar a compreensão do texto, cabendo aos usuários a avaliação e adaptação porventura necessárias.



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